A flexibilidade, quando compreendida e praticada, torna-se uma das melhores estratégias de sobrevivência na vida e nos negócios.
Ser flexível é um poderoso diferencial na busca da concretização de
objetivos. É clássica e muito apropriada uma máxima do pensamento
taoísta que anuncia que, em noites de tempestade, as árvores rígidas são
as primeiras a quebrar, enquanto as finas e flexíveis se curvam e
deixam o vento passar…
Hoje, o mundo dos negócios é o dos ventos fortes, das turbulências.
Sem flexibilidade nenhuma estratégia terá poder suficiente para evitar
graves rupturas. Ser flexível é fundamental em todas as fases da
carreira.
No período como estagiário ou trainee, em momentos de job rotation,
cada talento deverá adequar-se a diferentes tarefas e departamentos, e o
grau de flexibilidade poderá determinar a efetivação. No âmbito
gerencial, ser flexível é condição para tornar o trabalho uma fonte de
prazer e realização profissional e pessoal, adaptando as práticas
organizacionais às constantes mudanças de cenário. Já na presidência de
uma organização multinacional, é a flexibilidade que permitirá decisões e
estratégias adequadas às particularidades de cada país.
Nosso processo de flexibilização está sujeito às diversas nuances
apresentadas pelas diferentes fases do nosso amadurecimento. Em geral,
colecionamos tensões, traumas e conflitos que se tornam “excesso de
bagagem” e prejudicam a expressão de uma maior flexibilidade. Muitas
vezes somos inflexíveis na ingênua tentativa de defender nossas crenças e
valores. Se por um lado os traumas e conflitos nos enrijecem, por outro
vão, aos poucos, nos conscientizando, por meio dos problemas que criam,
da importância de aprendermos a ser mais flexíveis!
Em um mercado altamente competitivo, exigente e sedento por inovações, somente uma postura flexível nos permitirá a agilidade e adaptabilidade necessária à longevidade dos negócios.
Sem flexibilidade, a gestão da mudança – hoje o motor do sucesso
organizacional – fica inviabilizada e o apego ao passado torna
dificílima a construção do futuro!
Equilíbrio de estilos
As mudanças no ambiente corporativo colocam frente a frente, e com
frequência crescente, profissionais de igual status e poder. Eles
precisarão negociar posturas e soluções por cujos resultados serão
co-responsáveis. Dificilmente terão posições idênticas a respeito das
questões-chave. Mas em contrapartida, somente a flexibilidade poderá
equilibrar os diferentes estilos, abordagens e decisões em sincronismo
com as oportunidades, desafios e objetivos do negócio.
A falta de flexibilidade torna os processos lentos demais para o
mercado. Quando não há flexibilidade, instala-se sempre alguma forma de
ditadura, seja ela hierárquica, intelectual, financeira ou política. E
onde há ditadura, o trabalho em equipe está definitivamente
comprometido, e consequentemente os resultados também. Afinal, sucesso é
um esporte coletivo!
Na esfera individual, a ausência de flexibilidade traz perdas
incalculáveis para a carreira de um profissional. Inflexibilidade
significa conflito – externo ou interno. Uma postura inflexível
prejudica seu relacionamento interpessoal, destruindo a qualidade e a
quantidade de pessoas pertencentes à sua rede de relacionamentos. A
ausência de flexibilidade diminui incrivelmente suas possibilidades de
liderança à frente de equipes e projetos relevantes. Flexibilidade é o
exercício da arte do “momentaneamente possível” e está na base da
resiliência (capacidade de suportar pressões). Ser flexível é uma
vantagem competitiva importante na construção de uma carreira vencedora.
Na esfera empresarial, a ausência de flexibilidade é o indício de uma
patologia que conduz o negócio para os caminhos da autodestruição. É a
falta de flexibilidade empresarial que impede as inovações e a
capacidade de a organização aprender mais rápido que a concorrência –
característica fundamental para se tornar uma empresa líder.
A inflexibilidade engessa a organização e gera uma atmosfera propícia
para que se manifeste o lado mais sombrio da personalidade das pessoas.
É preciso compreender que a falta de flexibilidade atua como fator
irritante e afronta o talento e a dignidade das pessoas que não podem se
expressar e contribuir mais efetivamente porque o sistema não permite.
No médio e longo prazo essa inflexibilidade vai tornando a empresa
cada vez mais neurótica e, como consequência, sabota as possibilidades
de realização de seus profissionais. Esse é um dos componentes mais significativos do estresse profissional e da síndrome de burnout (uma
significativa perda da nossa funcionalidade enquanto indivíduos devido
ao esgotamento e à exaustão de energia nos níveis físico, mental e
emocional).
Um bom indicador do sucesso previsto para a carreira de cada um
consiste em averiguar e aperfeiçoar o grau de flexibilidade. Na empresa,
cheque se a sua prática gerencial e administrativa é efetiva na gestão
da flexibilidade. Essa é uma missão que somente os mais competentes
saberão priorizar. Possuir os melhores talentos pode não
significar obter os melhores resultados. Esses dependem diretamente da
qualidade e sinergia das interações entre as equipes.
Poder contar com melhor capital intelectual no futuro próximo depende
de se propiciar o ambiente adequado para o desenvolvimento da
flexibilidade e integração entre os profissionais. Essa é uma missão
fundamental e deve ser foco da educação empresarial. Dedique-se a tornar
pessoas, processos e percepções mais flexíveis. O futuro agradece!
“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar os obstáculos.” [Lao Tsé]
(Texto enviado pela estudante de RH da Faculdade IBGM - Iris Maia)

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