Sua carreira começa na Universidade

Mercado de trabalho está à procura de profissionais prontos. Você está preparado?

Por Rômulo Martins

Se você está cursando graduação e ainda não sabe ao certo o que mais gosta de fazer ou não faz bem o que supostamente gosta e sequer sabe dizer se seria remunerado pelo que faz, é melhor abrir mão do tão sonhado canudo acadêmico, aquele que a maioria dos jovens deseja e que o mercado exige: se continuar no mar de incertezas ou acreditar que as coisas vão acontecer ao acaso, você certamente levará um banho de água fria!

Com o boom dos cursos de graduação, puxado pela demanda organizacional, a competitividade no mercado de trabalho aumentou vertiginosamente, por isso ter certeza do que quer para a carreira é primordial. Os já graduados sentem a necessidade da especialização ou de uma formação mais direcionada - outra exigência de mercado. Prova disso é a proliferação dos cursos de tecnologia e de MBA, tão em voga no Brasil nesta primeira década do século 21.

Nesse cenário, algumas competências antes ignoradas tornaram-se imprescindíveis. Proatividade, espírito de liderança e equipe, flexibilidade e tantas outras características hoje são encaradas como competências que valem ouro.

Se em meados do século passado era a empresa quem garantia a evolução profissional do indivíduo hoje o contexto é outro. “Foi-se o tempo em que o lema era vida na empresa. A tendência é de que a responsabilidade pela carreira passe a ser do próprio indivíduo”, afirmou Carlos Cruz, coach e palestrante, em evento dirigido ao jovem no mercado de trabalho que ocorreu recentemente em São Paulo.

Fique Ligado

A experiência profissional é primordial para o desenvolvimento de suas competências, por isso é preciso acompanhar sites de empregos e de estágios para não perder oportunidades de emprego. O trabalho voluntário ou em organizações não-governamentais também é uma maneira de desenvolver suas habilidades.

Na universidade, procure engajar-se em projetos de extensão ligados à comunidade ou elabore projetos conectados ao mercado de trabalho, que possam ser aplicados nas organizações. Uma dica é entrar em contato com empresas e verificar se elas têm interesse na sua pesquisa. Apresente sua ideia.

Networking

Carlos Cruz diz que o acadêmico deve estar bastante certo de quais são os seus talentos e quais competências precisam ser desenvolvidas. Estar familiarizado com as novas tecnologias também é essencial. Cruz acrescenta: o profissional deve estar sempre à mostra, seja em eventos presenciais seja no universo virtual.

A importância de participar de congressos, cursos extracurriculares, ou dos perfis na internet vai além do interesse em agregar conhecimento ou simplesmente ampliar o círculo de amizade.

A construção de uma boa rede de contatos que contemple principalmente pessoas de sua área de atuação ou ligadas a ela e, no caso da internet, prime pelo conteúdo direcionado aos interesses dos indivíduos que integram o seu círculo trazem visibilidade profissional. Mas é preciso fazer networking de modo correto. “Networking não é quantas pessoas você conhece, mas quantas pessoas conhecem você”, alerta ocoach Carlos Cruz.

Isso é tudo?

Saber o que quer parece ser o ponta-pé inicial para a construção de uma carreira de sucesso. A partir daí, você vai traçar metas para atingir o seu objetivo. Carlos Cruz sugere que o profissional dê prioridade às metas que dependam exclusivamente dele.

“É imprescindível ter metas definidas com prazos para serem alcançadas. Porém, tome cuidado ao definir que em três anos você tem como objetivo alcançar o cargo X, pois esse é um referencial externo que depende de terceiros e você corre o risco de se frustrar”, pondera o consultor.

O mais importante, diz Cruz, é ter consciência de que você é o dono de sua carreira e que o gerenciamento dela depende de cada um. Esclarecido disso, você corre o risco de transformar sua vida profissional em um hobby.