domingo, 29 de abril de 2012

Seja contratado!!


Em tempos de poucas vagas e muita competição, o que você precisa é saber qual a melhor performance para conquistar um bom emprego. O que você responde quando o entrevistador pede “Fale um pouco de você?”, ou então “Como você organiza seu dia de trabalho?”, e ainda “Você prefere trabalhar em equipe ou sozinho?”; “O que você faz quando não concorda com seu superior hierárquico?”.
São perguntas difíceis, que servem para testar seu senso de equipe, de organização, riscos e maturidade profissional. O fato é que mesmo sabendo como fazer o trabalho bem feito, muitas vezes você se entrega ao nervosismo e não consegue dar as respostas adequadas. O que fazer então? Há várias dicas de ouro que poderão ajudá-lo nos diversos tipos de entrevista.urton Nadler, diretor do departamento de aconselhamento profissional da
University of the Pacific, diz que talvez uma das situações mais temidas no mundo seja a entrevista profissional. Ele comenta que se você pensa que a entrevista será estressante e tensa, ela fatalmente será. “Seus próprios pensamentos podem alterar suas reações naturais em qualquer situação”.
Para isso, ele sugere que se pense na entrevista simplesmente como uma “conversa com um propósito”. “Não fique ‘tomado’ pelo ambiente da entrevista ou pelo estilo do entrevistador. Casual ou formal, tanto faz. Se você se sentir à vontade, tire o casaco ou o blazer e demonstre que está bem”.
Diversas situações  – Cada entrevistador se comporta de uma maneira. A entrevista é uma arte difícil, pois é pouco estudada do ponto de vista teórico – e tampouco praticada regularmente dentro das empresas. Por essa razão, é possível que o recrutador lhe cause surpresa ou mesmo decepção. E, para que você não fique numa situação desagradável, esteja preparado para os vários tipos de entrevista. Charles-Henri Dumon e Patrick Hollard, executivos da Michael Page International, uma das líderes mundiais em recrutamento, dão as dicas:Entrevista Silenciosa – Recorrer ao silêncio é uma das táticas dos recrutadores para desconcertar o candidato sentado diante deles. Perturbado, o candidato tenta preencher o vazio falando demais, o que é sempre um erro. Se a entrevista for silenciosa, entre no jogo e respeite os momentos em que o recrutador permanecer quieto, calando-se por, no máximo, dez segundos. A seguir, pergunte se o que acabou de dizer é suficiente ou se ele prefere um comentário mais detalhado.
Entrevista Livre – Bastante parecida com a entrevista silenciosa, a diferença fica por conta das poucas perguntas que o entrevistador faz. Uma dica, neste caso, aproveite as questões como oportunidade para vender sua imagem e passar uma mensagem positiva.
Entrevista Informal – A mais comum das entrevistas, do tipo pergunta e resposta, é considerada a mais eficaz, porque promove um verdadeiro intercâmbio de informações: o interlocutor pergunta e você responde, com a   liberdade de se expressar melhor sobre este ou aquele assunto. Mas tome cuidado para não perder de vista o fato de que você está ali para “vender” sua imagem e não para discutir à toa com uma pessoa simpática. O entrevistador pode inserir verdadeiras armadilhas durante a entrevista.
Portanto, fique alerta e seja bem objetivo.
Entrevista Técnica – Trata-se de um tipo de entrevista essencial para cargos técnicos, como engenheiro, contador, desenhista etc. Nesta entrevista, você é confrontado com uma situação técnica que, para ser resolvida, exige conhecimentos específicos e inerentes ao exercício da função.
Entrevista Sob Pressão – O objetivo desta entrevista é colocar o candidato numa posição defensiva para analisar suas reações. É bem possível que você passe por essa entrevista algum dia, já que o mundo dos negócios não é exatamente um mar de rosas e existem entrevistadores que realmente gostam de exercer pressão psicológica sobre os candidatos. Na prática, os entrevistadores vão minimizar suas conquistas, suas decisões serão criticadas, assim como suas qualidades pessoais. Não se assuste com isso e não tire conclusões apressadas. Faz parte da técnica dessa entrevista e os outros candidatos passarão pela mesma situação.
Para não ser pego de surpresa, algumas possíveis perguntas e respostas para esta modalidade de entrevista estão listadas a seguir. Perguntas sob pressão, respostas nem tanto: – Você teve boas chances na vida? – Em minha vida profissional ou pessoal?
Comentário: Com essa resposta, você ganha 20 segundos de trégua para refletir melhor. Na seqüência, esclarecida a questão, responda “sim”, dando exemplos concretos.
- O senhor se considera uma pessoa rica? – A que tipo de riqueza o senhor está se referindo? Comentário: Argumente que existem vários tipos de riqueza: financeira, intelectual, espiritual, por isso você precisa de mais detalhes. Essa resposta permite que sua imagem não fique associada, por exemplo, a de uma   pessoa materialista, caso você imediatamente relacione a palavra “rica” com bens materiais. – Explique-me por que o senhor está aqui.  – Antes de qualquer coisa, quero agradecer pela oportunidade desta entrevista. Para responder rapidamente à sua pergunta, eu diria que estou  aqui por dois motivos: o senhor está procurando um candidato com experiência na função e inglês fluente.
Comentário: Essa resposta permite que você seja objetivo e já aproveite para ressaltar sua experiência e possível contribuição para o cargo em questão. É um jeito de desarmar perguntas agressivas.
Entrevista Comportamental – Cada vez mais comum, essa entrevista se baseia na idéia de que o passado do indivíduo prediz seu futuro. Para isso, o entrevistador pede ao candidato que cite exemplos do que fez no passado, que   conte algumas conquistas concretas a fim de ilustrar sua experiência.  Lembre-se de que o interlocutor está mais interessado em seu poder de argumentação, em sua capacidade de resolver os problemas do que em saber
como exatamente aconteceram os fatos. Daí a importância de preparar bem a entrevista, pois é muito difícil contar experiências pessoais sem antes ter refletido sobre elas.
Respostas eficazes
Dumon e Hollard afirmam que, para se sair bem numa entrevista, é importante procurar estabelecer um bom relacionamento com o interlocutor, começando por ouvi-lo com atenção.  Lembre-se: primeiro tente entender o que ele diz, só depois procure ser  compreendido. Fique de frente para ele e mantenha o contato visual. Reforce  sua atenção com alguns sinais de aprovação verbal ou gestual (assentir com a  cabeça, por exemplo). Dessa forma, você não corre o risco de entender mal a
pergunta e dar uma resposta fora de propósito. Os executivos da Michael Page International sugerem ainda analisar algumas
perguntas difíceis que os entrevistadores fazem. – Qual o perfil das pessoas com quem você tem dificuldade de trabalhar?
Atenção! Esta é uma pergunta armadilha, pois provavelmente o interlocutor  está pensando em pessoas que serão seus colegas na empresa. Portanto, evite  riscos e responda que você só não gosta de pessoas que não sentem o mesmo
entusiasmo pelo trabalho bem-feito.- Qual a maior dificuldade de seu emprego atual? Esta é uma pergunta delicada. Diga que você não tem grandes dificuldades,  mas dê exemplo de dificuldades que estão além do seu controle e pelas quais
você não pode ser responsabilizado: “O mercado de automóveis está em queda e  isso torna a nossa política de marketing mais estratégica e difícil”.  Aproveite a oportunidade para mostrar que você sabe tomar iniciativa.
- Revendo sua carreira, em algum momento você agiria diferente?
Todo mundo comete erros. Escolha de preferência os erros de sua juventude,  ocorrido há muito tempo e que podem ser atribuídos à falta de experiência. – Você sempre atinge seus objetivos? Mesmo que você tenha tendência a responder afirmativamente, diga que, no  mundo dos negócios, o sucesso depende de muitos fatores, inclusive conjunturais, e por isso é difícil sempre atingir os objetivos. – O que você faz quando não concorda com seu superior hierárquico?
Em outras palavras, o que ele quer saber é como você reage diante de uma  tensão ou um conflito. Você pode dizer: “Quando o chefe pede minha opinião  numa conversa ou reunião, eu costumo responder com franqueza, mesmo quando
não estou de acordo com ele. Se ele não pedir minha opinião, tento falar com  ele mais tarde para explicar meu ponto de vista”. Desta forma você mostra  que é capaz de dar sua opinião e também agir com tato e diplomacia.
- Quais são seus pontos fracos?
Uma pergunta de praxe, destinada a avaliar o grau de risco que você representa. Acima de tudo não responda que não tem pontos fracos. Seria uma  atitude arrogante e você seria eliminado imediatamente. Tampouco admita
defeitos pessoais, como mau humor ou dificuldade para acordar de manhã, ou o interlocutor vai achar que você costuma faltar no emprego e não consegue ser produtivo antes do meio-dia. Diante desta pergunta, você tem duas opções:
a) Fale sobre uma lacuna profissional. A falta de experiência num setor que  não tenha relação com o cargo pretendido. Você pode dizer “Não tenho muita  habilidade para falar em público. Sei que isso acontece por falta de  prática”.
b) Fale sobre uma fraqueza pessoal ou profissional que também possa ser considerada uma qualidade. Diga: “Minha equipe me critica por causa de meu  padrão de exigência. É verdade que às vezes sou muito detalhista e impaciente, mas acho que fiz progressos nesse sentido. De modo geral,  consigo motivar bastante os membros da minha equipe”. Para saber mais: Nu na entrevista, de Burton Jay Nadler (Editora Makron Books). O cargo é seu – 150 respostas essenciais para você ser contratado, de Charles-Henri Dumon e Patrick Hollard (Editora Larousse).Onde encontrar: www.livrariascuritiba.com.brElisângela Machado de Freitas é editora executiva do site www.motivaonline.com.br e da revista Crescimento Pessoal & Motivação. É jornalista, com especialização em Marketing e Negócios e mestrado em Comunicação e Linguagens.

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