A vida é surpreendente e inesperada. A cada instante, qualquer coisa pode acontecer com qualquer um de nós. Mesmo assim, a maioria das pessoas, especialmente os mais jovens, insiste em viver na ilusão de que tem controle sobre as situações. Construímos identidades e as defendemos como algo fixo. Estas identidades, como por exemplo a profissão, promovem uma série de comportamentos que atendam e alimentem a manutenção de imagens correspondentes ao papel social. A partir disto, são muitas as exigências e atividades que temos que cumprir para manter o status e ocuparmos lugares de destaque, valorizados pela sociedade materialista. As pessoas, com certa frequência, se queixam da falta de tempo pelo acúmulo de demandas que elas próprias criam. Não há tempo para os filhos, para os pais, para se cuidar, para contemplar, para a espiritualidade. E o mais impressionante é como se gasta ou se perde tempo com situações ou conversas inúteis. Se, a cada noite, analisarmos honestamente o que falamos e/ou fizemos durante o dia, podemos ter a noção de como estamos aproveitando a vida e se estamos contribuindo para construir um ambiente melhor. Se não despertarmos, nos colocamos num carrossel que gira e gira, num corre-corre que não nos leva a lugar nenhum. Desacelerar é preciso. Viver é preciso. As pausas são necessárias para nos colocar no momento presente, sem apego ao passado, sem medo do futuro. Aceitar e aprender com o inesperado.
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